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Tumulto no aeroporto de Cabul deixa mortos; voos comerciais são cancelados

Data de Publicação: 16 de agosto de 2021 11:06:00

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Um tumulto no aeroporto de Cabul deixou mortos nesta segunda-feira (16), quando uma multidão tentava embarcar em aviões para deixar o Afeganistão, agora dominado pelo Talibã.

O número de óbitos não foi confirmado. O jornal americano "The Wall Street Journal" fala em três mortos por armas de fogo.

A agência de notícias Reuters cita relatos de testemunhas de que cinco pessoas morreram, sem dizer se as vítimas foram atingidas por disparos de armas de fogo ou pisoteadas durante a confusão.

As pessoas estão tentando deixar o país após o Talibã tomar a capital Cabul e voltar ao poder depois de 20 anos. O presidente fugiu do Afeganistão e o palácio presidencial foi tomado no domingo (15).

O porta-voz do Talibã, Mohammad Naeem, afirmou à rede de televisão Al Jazeera que "alcançamos o que buscávamos, que é a liberdade do nosso país e a independência do nosso povo".

“Pedimos a todos os países e entidades que se reúnam conosco para resolver quaisquer questões”, disse Naeem. "Não achamos que as forças estrangeiras irão repetir sua experiência fracassada no Afeganistão mais uma vez".

Invasão do Afeganistão

Os EUA atacaram o Afeganistão em 2001, em reação ao atentado do 11 de Setembro, e tirou o grupo extremista do poder (veja mais abaixo).

O Talibã foi acusado pelos americanos de esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pelo atentado.

O então presidente americano, Donald Trump, assinou acordo de paz com o Talibã em fevereiro de 2020 que previa a retirada total das tropas do país em abril deste ano.

O atual presidente, Joe Biden, manteve a decisão e adiou a saída completa para o fim deste mês. Com a retirada das tropas, o Talibã rapidamente reconquistou o poder.

Situação no aeroporto

Os voos comerciais foram cancelados, e apenas viagens militares ocorrem no local. "Por favor, não venha para o aeroporto", disse uma autoridade do aeroporto.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram várias pessoas tentando entrar em aeronaves que estavam prestes a deixar o Afeganistão.

Durante o tumulto, tropas dos EUA, que estavam no aeroporto para ajudar os cidadãos americanos a embarcarem, atiraram para o alto.

"A multidão estava fora de controle", afirmou um oficial à Reuters. "O disparo foi feito apenas para neutralizar o caos."

Mais de 60 países, incluindo EUA, Alemanha, Japão e França, publicaram um comunicado em que fazem um apelo para que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o Afeganistão em segurança.

'Situação pacífica' e diálogo com a Rússia

Autoridades do Talibã disseram nesta segunda que não receberam relatos de confrontos em todo o país desde que tomaram Cabul.

"A situação é pacífica, de acordo com nossas informações", disse um dos principais membros do grupo extremista.

O encarregado russo para o Afeganistão, Zamir Kabulov, afirmou nesta segunda que o embaixador de seu país em Cabul se reunirá na terça-feira (17) com os talibãs e que a Rússia decidirá se reconhece ou não o governo do Talibã de acordo com suas "ações".

"Nosso embaixador está em contato com líderes talibãs e amanhã se reunirá com o coordenador do Talibã", disse Kabulov à rádio Ekho Moskvy. "O reconhecimento ou não dependerá das ações do novo regime."

Rápido avanço do Talibã

A queda do governo afegão para o Talibã ocorre 20 anos depois de o grupo extremista ser expulso de Cabul pelos Estados Unidos, que invadiram o país dias após os ataques de 11 de setembro de 2001.

Em abril, o presidente dos EUA, Joe Biden, havia anunciado a retirada de todas as tropas do país até o fim do mês.

O Talibã avançou rapidamente depois de que a maior parte das forças lideradas pelos Estados Unidos deixaram o país em julho, e a queda de Cabul ocorre antes do previsto pelas autoridades norte-americanas.

Segundo a Reuters, a estimativa dos serviços de inteligência norte-americanos era de que o Talibã chegasse a Cabul em setembro, com uma possível tomada do poder em novembro.

fonte: G1

 

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