Data de Publicação: 25 de agosto de 2021 13:06:00 Kesley Josué, Ketyla Teodoro e Mateus Evangelista contam como se prepararam durante a pandemia da Covid-19 e brigam por medalha na competição olímpica. Abertura da competição foi realizada nesta terça-feira (24).
Três atletas rondonienses foram convocados para disputar as Paralimpíadas 2020 em Tóquio, no Japão. Kesley Josué, Ketyla Teodoro e Mateus Evangelista competem em modalidades do atletismo e são fortes apostas para o pódio. Em entrevista à Rede Amazônica, os competidores contaram um pouco das suas histórias e falaram das expectativas para as disputas.
Irmãos Teodoro: estreia e sonho de pódio
Kesley, de 30 anos, e Ketyla, de 25, são irmãos e nasceram em Rolim de Moura, interior de Rondônia. Os dois sofrem de uma doença genética degenerativa que afeta a retina, chamada patologia de Stargardt.
"Essa doença é genética e degenerativa. O Kesley apresentou na infância, foi detectado assim que ele iniciou a escola. No meu caso, foi na adolescência. Eu tinha minha visão normal e com 12 anos eu comecei a ter perda da visão. Dos meus 12 aos 14 foram anos bem difíceis e eu perdi praticamente toda a minha visão", explicou Ketyla.
Quando crianças, moravam no interior e na época, como a cidade não possuía serviços de saúde especializados para identificar a patologia dos irmãos, a família precisou se mudar para a capital rondoniense em busca de tratamento médico.
Já em Porto Velho, um professor da Escola Estadual Castelo Branco - onde os irmãos estudaram na adolescência - viu o potencial esportivo da jovem e iniciou o seu treinamento de atletismo para participar das Paralímpiadas Escolares de 2012.
Durante o treinamento, a competidora rondoniense recebeu a proposta para ir para São Paulo, disputar uma competição de nível nacional. Entretanto, Kesley já tinha se formado e seus pais afirmaram que só deixariam Ketyla ir até o sudeste se o irmão a acompanhasse. Com a oportunidade, o técnico que convidou a atleta percebeu que Kesley também poderia competir.
Desde então, os irmãos treinam para competir internacionalmente. Kesley disputou as Paralimpíadas que aconteceram no Rio de Janeiro em 2016 e Ketyla fará sua estreia em uma competição olímpica este ano.
"Essa é minha primeira Paralimpíada e eu não sei nem descrever em palavras a emoção. Já liguei para minha mãe, já chorei, mas tudo é emocionante, tudo é muito novo. É um planeta dentro de uma vila. A gente encontra pessoas de todos os países. Eu espero dar o meu melhor aqui", contou Ketyla sobre sua estreia.
Mateus Evangelista é o atleta rondoniense mais experiente em competições. São mais de 10 medalhas conquistadas em disputas internacionais, incluindo uma de prata no salto em distância nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
Em entrevista, Mateus disse que é natural de Porto Velho e possui deficiência de coordenação limitada no braço e perna direita. Assim como os irmãos Teodoro, ele também iniciou a carreira no esporte nas Paralimpíadas Escolares e, em 2013, foi para São Paulo melhorar seu desempenho para conseguir disputar eventos internacionais.
"Eu me vejo preparado de novo para disputar medalha, para subir no pódio. Estou mais experiente e bastante confiante que eu vou subir no pódio e dessa vez mudar essa medalha aí, se Deus quiser, vai ser uma douradinha", falou Mateus.
Para Tóquio 2020, Mateus disse, em entrevista ao G1, que mesmo com a pandemia, conseguiu manter os treinos.
"O treinamento na academia foi meio complicado, mas eu consegui manter um preparo físico muito bom, na medida do possível. Quando eu voltei a treinar no Centro de Treinamentos, eu vi que eu fiz um trabalho muito bom e que eu não perdi muito o meu condicionamento físico", disse.
O novo olho das Paralimpíadas
Assim como nas Olimpíadas, onde as redes se tornaram um marco na comunicação entre os atletas e o telespectador, as Paralimpíadas também prometem uma movimentação diferente e arrojada através dos paratletas.
Mateus Evangelista usa as redes sociais para mostrar a rotina de treinos, as mudanças culturais, mas alerta: vai diminuir o ritmo de postagem, com a proximidade da disputa pelo ouro.
"O pessoal gosta de ver a nossa rotina de treinamento, o nosso dia a dia aqui na vila. Chegando mais próximo da minha prova, eu vou ficando mais focado, mais concentrado e vou diminuindo as postagens que eu fazia", explicou.Ketyla e Kesley também são usuários assíduos das redes sociais e juntos ultrapassam a marca de 16 mil seguidores. Os irmãos mostram as diferenças culturais e o dia a dia na Vila Paralímpica.
fonte: G1
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