Espécie de tatu mais rara do mundo é flagrada por morador na área urbana de Porto Velho
Morador registrou o momento em que um tatu-gigante passava pelas ruas do bairro Vila Dnit. Biólogo Flávio Terassini explica que o animal pode chegar a até 100 kg e que o registro dele é raro.
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Um tatu-canastra, espécie ameaçada de extinção, foi flagrado por um morador do bairro Vila Dnit em Porto Velho. O biólogo Flávio Terassini conta que o bicho pode chegar até 100 kg e que o registro do animal não é comum.
Tatuaçu ou tatu-gigante, como também é conhecido o tatu-canastra, é o maior e mais raro dos tatus existentes no mundo. O vídeo que mostra o animal adulto em uma rua da Vila Dnit foi feito por um morador na última semana.
"Ele apareceu aqui, já era de noite e estava tentando entrar nas residências. Depois que a gente filmou, a gente foi cercando até ele seguir o seu destino em uma mata aqui perto do conjunto", diz.
Tatu-gigante
Ao g1, o biólogo Flávio Terassini explicou que o tatu-canastra pode percorrer grandes distâncias territoriais e que sua aparição em áreas urbanas é rara.
"É um bicho que gosta de ficar mais restrito na floresta, em uma área mais preservada. Se ele veio para a área urbana quer dizer que próximo das casas há uma preservação da floresta. Pode ser que ele estivesse procurando uma parceira que liberou algum cheiro ou até mesmo procurando alimento".
Tatu-canastra, espécie ameaçada de extinção, é flagrado por morador em área urbana de Porto Velho — Foto: Reprodução
A melhor forma de devolver o animal ao seu ambiente de mata, diz Terassini, é fazer uma espécie de cercado com um dos lados abertos para que o tatu seja guiado ao seu destino.
"Ele tem seu deslocamento facilitado. Duas, três pessoas cercando ele conseguem levá-lo para uma floresta sem precisar da captura, pois a captura gera muito estresse para o animal e ele pode morrer".
Hospedeiros naturais da doença de Chagas
Terassini ainda ressalta que, apesar de não ser um transmissor natural de doenças para os seres humanos, a carne do tatu não deve ser consumida pelo risco de contaminação por protozoários.
"É importante que as pessoas não matem e nem se alimentam do tatu, pois pesquisas aqui na Amazônia e no Brasil mostram que os tatus são hospedeiros naturais da Doença de Chagas e também dentre outras a da Leishmaniose. São protozoários que estão no sangue do tatu. Isso não quer dizer que o animal vai transmitir a doença, mas se entrar em contato com o sangue do tatu, a pessoa pode sim pegar a Doença de Chagas".