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Moradores criticam abandono de cemitério histórico de Ariquemes

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Em Ariquemes, RO | Um dos cemitérios mais antigos de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, que abriga túmulos de pioneiros da região, está ameaçado pelo descaso com o local e o descarte irregular de lixo. Cerca de 15 túmulos ainda estão no local, alguns deles com lixo, galhos de arvores e até materiais de construção sobre eles.

No cemitério, que fica em uma área de aproximadamente 2 mil m² no Bairro Marechal Rondon, estão enterrados pioneiros de Ariquemes que morreram nas décadas de 60 e 70. Dentre os túmulos mais preservados estão o de duas crianças, mortas em março de 1970.

Margareth Martins mora nos fundos do cemitério e critica a falta de interesse em preservar o local histórico do município. Além disso, diz também que não há limpeza periódica no cemitério, pois elas são feitas somente após reclamações dos moradores.

“A vizinhança faz mutirão, a gente limpa, passa veneno, mas fica abandonado. O pessoal que tem parente só aparece no dia de finados. Quando está cheio de mato serve pra esconder até usuário de droga”, conta.

O historiador Washington Heleno Cavalcante explica que há pelo menos 18 cemitérios em Ariquemes nas áreas dos antigos seringais. Ele também revela que casas foram construídas tomando a área do cemitério.

“Uma grande parte das casas que estão em torno do cemitério foram construídas em cima dos túmulos. O governo não dá nenhuma atenção. Ele está ali, abandonado, não existe uma manutenção nem reestruturação, mas isso é parte da história de Ariquemes”, diz.

Na década de 70, com a formação de um novo núcleo urbano, foi criado o cemitério São Sebastião, entre o Jardim Jorge Teixeira e o Jardim das Palmeiras, que atualmente é o maior da cidade.

O ajudante de pedreiro Antonio Miranda, mora há 30 anos ao lado do cemitério e conta que antigamente viver ali gerava certo medo. “Aqui no começo a gente via as coisas, a gente saia pra fora pra ver se era alguém, mas não era nada. A gente via um vulto de um casal andando na estrada por volta de meia noite e quando a gente ia se aproximando sumia, dava medo”, recorda.

Já o seringueiro aposentado Francisco Monteiro, lembra que havia outro cemitério no Bairro Marechal Rondon, que foi abandonado e coberto por casas. Monteiro diz não ter medo de 'assombrações' por morar ao lado de um cemitério. “Os mortos daqui são quietos”, brinca o aposentado.

Sobre a manutenção do cemitério, a prefeitura afirma que é responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras (Semosp). A Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet) diz que não tem projetos para a área, mas que vai começar estudos sobre o que pode ser feito para preservar o cemitério.

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