Data de Publicação: 8 de julho de 2021 13:21:00
Em 2018, pesquisadores da Universidade de Washington anunciaram o desenvolvimento de um tratamento baseado em peptídeos; cadeias curtas de aminoácidos que não são longas o suficiente para serem consideradas proteínas completas. Quando aplicado nas lesões dentárias criadas artificialmente em laboratório, o produto remineralizou o esmalte dentário, “curando” a lesão.
“A remineralização guiada por peptídeos é uma alternativa saudável à assistência à saúde bucal atual”, disse o cientista de materiais Mehmet Sarikaya.
O esmalte dentário é produzido por um tipo de célula chamada ameloblasto, que secreta as proteínas que formam o esmalte enquanto o dente ainda está na gengiva. Infelizmente, uma vez que o processo de formação do esmalte dentário está completo e o dente emergiu, nossos ameloblastos morrem e prosseguimos perdendo esmalte durante toda a nossa vida.
“Bactérias metabolizam açúcar e outros carboidratos fermentáveis em ambientes orais e ácidos, como subproduto, desmineralizamo esmalte dentário”, disse a pesquisadora de odontologia Sami Dogan.
Em pequena medida, nossos dentes podem ser remineralizados com a ajuda de saliva, creme dental com flúor e aditivos na água potável. Mas uma vez que há uma cárie visível no dente, ele precisa ser tratado por um dentista – o que geralmente significa perfurar e preencher o buraco com resina.
Para desenvolver o novo tratamento, a equipe recorreu a uma das proteínas produzidas pelos ameloblastos. Chamadas de amelogeninas, essas proteínas desempenham um papel fundamental na regulação da formação do esmalte dentário.
A equipe projetou peptídeos à base dessa proteína e criou um tratamento com o peptídeo como ingrediente ativo. Eles aplicaram em lesões dentárias num ambiente laboratorial e descobriram que ajudou a formar uma nova camada mineralizada nas áreas desmineralizadas, integrando-a com o esmalte natural.
Eles também trataram lesões semelhantes com flúor, mas apenas o tratamento de peptídeo resultou na remineralização de uma camada relativamente espessa – assemelhando-se à estrutura do esmalte saudável.
Serão necessários mais experimentos para ver como a solução de peptídeo funciona em pacientes reais, e se os resultados são tão sólidos quanto os do laboratório. E para cáries profundas que atingem a camada de dentina sob o esmalte, um preenchimento ainda seria necessário.
Mas os pesquisadores acreditam que o produto ainda poderia ser vendido como parte de uma rotina preventiva de cuidados dentários cotidianos, na forma de cremes dentais ou gel, para ajudar a minimizar caras visitas ao dentista para as cáries mais rasas. “As formulações com peptídeos serão simples e implementadas em produtos clínicos sem prescrição médica”, disse Sarikaya.
A equipe publicou sua pesquisa na revista científica ACS Biomaterials Science & Engineering. (HypeScience)
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