Data de Publicação: 29 de agosto de 2021 11:08:00 Cerca de 50% dos bebês reagentes ao nascimento ainda tinham anticorpos contra o coronavírus de 2 a 3 meses após o parto.
Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou 236 bebês que nasceram com anticorpos para a Covid-19. O sangue foi coletado durante o teste do pezinho entre os dias 19 de abril e 16 de agosto.
De acordo com a professora Cláudia Lindgren, do Departamento de Pediatria da instituição, o objetivo do estudo é acompanhar o impacto da doença no desenvolvimento infantil.
"A presença dos anticorpos confirma que eles foram expostos à infecção durante a gestação. Por outro lado, a gente não sabe que tipo de repercussão a longo prazo isso pode ter no desenvolvimento deles", explicou a coordenadora do trabalho.
No entanto, Lindgren disse que metade dos bebês reagentes ao nascimento ainda apresentaram anticorpos contra Covid-19 após 3 meses.
"A novidade que temos no momento é o resultado dos testes sorológicos realizados aos 2 meses. Cerca de 50% dos bebes reagentes ao nascimento ainda tinham anticorpos contra o coronavírus 2 a 3 meses após o parto", disse.
Lembrando que a confirmação dos anticorpos não é uma garantia de que o bebê é imune ao coronavírus.
A pesquisa está sendo realizada em cinco cidades: Contagem e Nova Lima, na Grande BH; Itabirito, na Região Central; Ipatinga, no Vale do Aço, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Lindgren explicou que todos os reagentes já foram informados do resultado do teste por telefone e convidados a fazer o acompanhamento do desenvolvimento pelos próximos 2 anos.
As avaliações do desenvolvimento começarão em outubro deste ano, quando os primeiros bebês completarão 6 meses de idade. O mesmo número de bebes não reagentes também será acompanhado pelo mesmo período.
Ao todo, são 250 postos de coletas distribuídos nesses municípios. Toda mãe que leva o bebê para fazer o teste do pezinho, na primeira semana após o parto, é convidada a participar.
'Feliz e preocupada'
Kelly e Pedro de 3 meses de vida e ainda apresenta anticorpos da Covid-19. — Foto: Arquivo pessoal
A dona de casa Kelly Alice Cunha Nascimento, de 28 anos, disse ao G1 que, quando soube que o pequeno Pedro tinha anticorpos da Covid-19, ficou "feliz e preocupada".
"Fiquei feliz por ele estar imune e ao mesmo tempo preocupada, pois não sabia se o contato com a doença poderia trazer algum prejuízo para o desenvolvimento do meu filho no futuro", disse mãe do Pedro.
Kelly disse que a última vez que Pedro foi testado, há 1 mês, ele ainda tinha anticorpos.
'Levei um susto'
A autônoma Gleica Micaele Alves dos Santos, de 30 anos, teve Covid-19 na gravidez, mas ficou assintomática. Após cinco dias do nascimento da pequena Maria Laura, no momento do teste do pezinho, ela foi convidada a participar da pesquisa e aceitou.
"Alguns dias depois me ligaram para contar, levei um susto, fiquei com muito medo, porque eu achava que ela estava com Covid mesmo, depois a médica me explicou e me acalmou. Deus está no controle", disse a mãe da Maria Laura, hoje com 3 meses e ainda com anticorpos da Covid.A pesquisa é desenvolvida em parceria com o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) e a Universidade Federal de Uberlândia.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|