Data de Publicação: 6 de novembro de 2021 09:20:00 Direção da unidade nega a falta de atendimento e afirma que o paciente "apenas aguarda por um exame de ressonância magnética". Atualmente, hospital atende mais de 50 pessoas além da capacidade máxima.
"Eu estou há quatro dias cheirando essa parede com dor, nem medicado hoje eu fui mais. Estou aqui jogado". Esse foi o desabafo do paciente Fábio Pinheiro Gomes, de 49 anos, que está internado em um dos corredores do Hospital João Paulo II, em Porto Velho. A unidade passa, mais uma vez, por superlotação.
Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o hospital tem capacidade de internação de no máximo 120 pacientes. Até quarta-feira (3), 172 pessoas estavam internadas na unidade, sendo 35 em Unidades de Terapia Intensiva.
Na quarta-feira (3), o paciente Fábio explicou à Rede Amazônica que deu entrada no hospital no dia 31 de outubro por um problema na coluna, mas ainda não tinha recebido atendimento. No mesmo dia, o diretor da unidade, Enoque do Carmo, informou que o paciente já havia sido atendido e que apenas aguardava por um exame de ressonância magnética.
Contudo, na quinta-feira (4), o paciente enviou um vídeo à imprensa contando que ainda estava sem atendimento e que após a repercussão da situação dele na mídia, a sua medicação teria sido suspensa.
"A cada dia aqui fica pior, isso não vai para frente não. Agora que todo mundo está sabendo, até minha insulina cortaram", contou. A Rede Amazônia tentou respostas com a Sesau, mas até a publicação desta matéria não recebeu retorno.
Situação recorrente
Os mais de 50 pacientes que estão acima da capacidade do hospital, estão internados em macas adicionais em enfermarias, nos corredores e em colchões no chão. Essa situação é recorrente no pronto-socorro, tanto que, em julho e agosto, mais de 60 pacientes foram transferidos para o Hospital Santa Marcelina e para o Hospital de Base.
Na época, o secretário de saúde, Fernando Máximo, disse que para ampliar o número de leitos é preciso esperar a construção de uma nova unidade, mas ainda sem data de entrega. De acordo com o diretor do hospital, a superlotação no pronto-socorro João Paulo II custa cerca de R$ 3 milhões por mês ao Estado.
Nesta semana, acompanhantes e pacientes internados enviaram vídeos à Rede Amazônica mostrando o atual estado de lotação do hospital.
Na segunda-feira (1º), o Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO), a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e o Conselho Regional de Medicina (Cremero) estiveram no pronto-socorro para uma fiscalização e apontaram, além da superlotação, outras várias irregularidades, principalmente no centro cirúrgico.
Segundo o presidente do Cremero, Robinson Machado, o relatório da fiscalização deve sair na próxima sexta-feira (12), e todas as irregularidades encontradas já foram encaminhadas à direção da unidade.
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