Data de Publicação: 29 de junho de 2022 17:41:00
Kaique Silva tem 14 anos e desde os 6 leva uma vida diferente das outras crianças de Ji-Paraná (RO). Ele não podia brincar na rua, jogar futebol ou fazer esforços físicos. Isso porque o menino foi diagnosticado ainda na infância com miocardiopatia hipertrófica, uma doença em que os músculos cardíacos tornam-se anormalmente espessos, causando falta de ar, dor e arritmias cardíacas.
"Não dá pra fazer muita coisa porque sempre que eu tentava correr, brincar com as outras crianças eu sempre era o que mais ficava cansado", comenta.
Mesmo sempre dentro de casa, a mãe de Kaique, Elisangela Silva, diz que precisa ficar constantemente atenta à saúde do filho, até mesmo durante o sono.
"Eu entro no quarto dele à noite, vejo a respiração, percebo que ele está respirando tranquilo então volto a deitar", explica a mãe.
Kaique tinha 6 meses quando teve a primeira parada cardíaca. A mãe conta que acordou durante a noite e percebeu que o bebê estava com a boca roxa, quase sem respiração.
Na primeira consulta após esse episódio, os médicos o diagnosticaram com bronquite. Mas a família continuou fazendo observações em casa. Até que quando Kaique já tinha 6 anos a avó, Maria Pereira da Silva, que também sofria com arritmias, percebeu que o coração da criança batia com velocidade muito acelerada, igual ao dela.
A família levou a criança ao cardiologista, onde o diagnóstico correto de Kaique foi dado. De lá pra cá as preocupações continuam. Em 2021, durante uma parada cardíaca, a família quase perdeu as esperanças.
"Lembro que eu estava sentado jogando no celular até que não conseguia ouvir e ver direito as coisas e estava perdendo o movimento das mãos", diz Kaique.
"Eu abracei e pedi: 'Deus não leva ele. Não leva ele agora. A gente precisa lutar, eu sei que a gente vai conseguir, não leva meu filho embora'", lembra a mãe.
Depois disso, mãe e filho viajaram até Fortaleza (CE), onde ele passou por uma cirurgia para colocar um aparelho no peito que ajuda a prevenir as paradas cardíacas. Mas isso é uma medida paliativa, o menino ainda precisa da cirurgia definitiva e essa espera já dura oito anos.
fonte: G1
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