Data de Publicação: 6 de fevereiro de 2023 11:02:00 Equipes de regaste buscam por sobreviventes em escombros depois de abalo de magnitude 7,8 atingir região na fronteira entre os dois países.
Um terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter, que atingiu na madrugada desta segunda-feira (06/02) o sudeste da Turquia e o noroeste da Síria, deixou mais de 1.200 mortos e 3 mil feridos.
O abalo ocorreu às 04h17 (horário local) e seu epicentro foi próximo à capital da província de Gaziantep, um importante centro industrial no sudeste da Turquia, com a origem a uma profundidade de 17,9 quilômetros. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, minutos após o primeiro sismo, outro tremor de 6,7 graus na escala de Richter foi registado a 9,9 quilômetros de profundidade.
O terremoto também foi sentido no Líbano e Chipre. Na Turquia e Síria, o tremor derrubou prédios em várias cidades e equipes de regaste buscam por sobreviventes nos escombros. Autoridades turcas disseram que o abalo deixou ao menos 914 mortos e mais de 2 mil feridos. Na Síria, o número de mortos chegou a 560 e o de feridos passou de mil.
Devido ao tremor, a Itália chegou a emitir um alerta tsunami para sua costa ao sul. O tráfego ferroviário ao sul da Calábria, Sicília e Apúlia foi paralisado temporariamente de madrugada por precaução. Poucas horas depois da emissão, autoridades italianas retiraram o alerta.
Na Turquia, o governo declarou "nível de alarme 4", que clama por ajuda internacional. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram prédios destruídos em várias cidades do sudeste do país.
A emissora estatal RTR mostrou os trabalhos de resgate na província em Osmaniye, que correm contra o tempo em busca de sobreviventes nos escombros. A CNNTurk mostrou imagens do histórico Castelo de Gaziantep, que ficou severamente danificado.
Segundo uma testemunha ouvida pela agência de notícias Reuters, o tremor durou cerca de um minuto. Os abalos também foram sentidos na capital turca, Ancara, localizada a 460 quilômetros do epicentro do terremoto.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse estar em contato com as autoridades locais das regiões afetadas para se informar sobre a situação. "Espero que possamos superar esse desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos", afirmou Erdogan, em redes sociais.
Erdogan afirmou ainda que esse é maior desastre do país desde 1939 e disse que mais de 2,8 mil prédios desabaram.
Na Síria, as províncias mais atingidas foram Hama, Alepp e Latakia. Há relatos de 47 mortos em regiões controladas pelos rebeldes, que abrigam cerca de 4 milhões de deslocados provenientes de outras partes do país, na sequência da longa guerra civil.
"A situação é muito trágica, dezenas de prédios desabaram na cidade de Salqin", afirmou um integrante dos Capacetes Brancos, uma organização síria de resgate, um vídeo divulgados nas redes sociais. A cidade citada fica a cinco quilômetros da fronteira com a Turquia.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, realizou uma reunião de gabinete de emergência para avaliar os danos e discutir as medidas a serem adotadas.
A emissora estatal síria mostrou imagens de socorristas buscando por sobreviventes nos escombros em meio à chuva forte e granizo. Muitos prédios na região afetada já havia sofridos danos devido à guerra civil no país que já dura quase 12 anos.
A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Em novembro, um sismo de magnitude 5,9 atingiu a província turca de Düzce, a 200 quilômetros ao leste de Istambul, deixando pelo menos 68 feridos.
Em 1999, um terramoto de magnitude 7,4 que atingiu Izmit deixou mais de 17 mil mortos. Em 2011, um sismo na cidade de Van deixou 500 mortos.
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