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'A dor da fome é a pior', diz aposentada que tem café e arroz como únicos alimentos no armário em RO

Data de Publicação: 8 de fevereiro de 2023 14:11:00 Atualmente são quase 125 milhões de brasileiros que não têm certeza se vão ter comida de qualidade todos os dias.

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Tentar colocar comida na mesa tem sido uma dificuldade na rotina de Dona Honorian, de 51 anos. A aposentada, que vive com um salário mínimo, conta os desafios de sobreviver em busca do básico em Rondônia.

"Um salário mínimo para dividir em comida, remédio, energia, fruta, verdura… É complicado", contou.

O preparo dos alimentos é outra dificuldade enquanto tenta matar a fome. Com o preço do gás de cozinha a alternativa encontrada por ela foi montar um fogareiro com cinco tijolos e uma grelha no quintal de casa.

"É uma rotina, porque geralmente acaba o gás e a gente não tem dinheiro", explicou.

Preocupada com o próximo mês, ela fala sobre a dor da fome, enquanto tem apenas um pouco de arroz e café no armário.

"Eu costumo sempre falar com meu esposo que a dor da fome é a pior. Pior que uma dor no corpo, uma dor de cabeça. Porque uma dor de cabeça alguém sempre te oferece um analgésico, um remédio… Mas hoje a situação tá tão difícil, tão complicada que é até difícil alguém oferecer um prato de comida", disse.

 

"O meu sonho é poder ter pra mim e dividir com os outros".

 

Ela diz que fica feliz quando alguém pede algo e ela consegue ajudar, mesmo que tenha dificuldades depois.

Insegurança alimentar

O relato de Dona Honorian é apenas um dentre milhares de pessoas que têm enfrentado a insegurança alimentar no Brasil. Aproximadamente 125 milhões de brasileiros não têm certeza se vão ter comida todos os dias.

A fome que avança pelo Brasil atinge percentualmente mais os moradores da Região Norte: 71,6% sofrem com a insegurança alimentar e a fome extrema faz parte do cotidiano de 25,7% das famílias — índice maior que a média nacional de aproximadamente 15%.

Os dados foram divulgados no 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.

A metodologia da pesquisa considerou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), a mesma utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para mapear a fome no país. Ela classifica a insegurança alimentar em três níveis: leve, moderada e grave (entenda mais abaixo).

  • Insegurança alimentar leve: há preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro;
  • Insegurança alimentar moderada: há redução quantitativa no consumo de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação;
  • Insegurança alimentar grave: há redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores do domicílio. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no lar.

Por G1

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