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“Não se assustem então se alguém pedir o AI-5”, diz Paulo Guedes

Data de Publicação: 26 de novembro de 2019 10:21:00

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Durante entrevista coletiva em Washington D.C., na noite de ontem (25), o ministro da Economia Paulo Guedes se exaltou ao falar sobre os discursos irresponsáveis e altamente polarizados do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que as palavras inconsequentes do líder petista levam ao acirramento das ações do Governo Bolsonaro.

“É irresponsável chamar alguém pra rua agora pra fazer quebradeira. Pra dizer que tem que tomar o poder. Se você acredita numa democracia, quem acredita numa democracia espera vencer e ser eleito. Não chama ninguém pra quebrar nada na rua. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo pra quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente?“, disse Guedes, referindo-se ao período do regime militar brasileiro.


Ao mencionar o Ato Institucional nº5, instrumento que fez do período militar uma ditadura altamente repressiva, fechando o Congresso e outras instituições, além de suspender direitos e garantias fundamentais, o ministro também fez referência à infeliz fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, que já defendeu um novo AI-5 como resposta a futuras radicalizações da esquerda no País. Cabe lembrar que o deputado responde a processo no Conselho de Ética da Câmara e foi denunciado até mesmo ao Supremo Tribunal Federal por conta de sua declaração igualmente irresponsável.

Contudo, mesmo a fala incrivelmente reprovável de Eduardo Bolsonaro não justifica os discursos de incitação à violência que tem sido promovidos por Lula desde que deixou a sede da Polícia Federal de Curitiba. Aliás, para Guedes, a polarização entre Partido dos Trabalhadores e Lula é responsável pelo projeto de lei enviado pelo Planalto ao Congresso essa semana para instituir o excludente de ilicitude para policiais e agentes do Exército que estejam nas ruas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

De acordo com o ministro, a preocupação do presidente Bolsonaro é de que o Brasil seja contaminado pelas agitações sociais que atingiram outros Países da América Latina, como Chile, Equador e Bolívia: “É verdade que desacelerou. Quando começa todo mundo a ir pra rua por ‘no apparent reason’ [sem razão aparente], você não sabe qual é a razão, você fala: ‘Não, para tudo pra gente não dar nenhum pretexto, vamos ver o que está acontecendo primeiro. Vamos entender o que está acontecendo“, explicou Guedes, acrescentando que “o presidente tem um ótimo instinto político, tanto que ganhou a eleição contra tudo e contra todos“.

Durante a entrevista um dos repórteres questionou, acerca da cautela de Bolsonaro: “Isso não é medo do Lula, ministro?“, ao que Paulo Guedes respondeu: “Eu não sei se é medo [do Lula]. Eu acho que o Lula… tem coisas que eu não quero falar como ministro da Economia, né?! Mas eu acho que ele [Lula] ficou dois mandatos e depois botou alguém que ficou mais dois mandatos, quatro mandatos seguidos. Tiveram bastante tempo pra fazer, nós quase chegamos na Venezuela, a situação complicada, inflação subindo, Petrobras quebrada, tudo quebrado, menos 3,5% do PIB, uma confusão danada, impeachment“, enumerou o ministro.

Guedes seguiu: “Eu acho prudente quem ficou tanto tempo no Governo praticar um pouquinho de democracia, né?! Agora que os outros ganharam [Bolsonaro], deixa eles seguirem um pouco, até pra consertar um pouco, pra eu voltar e quebrar tudo de novo. Senão não vai ter o que quebrar. Então vamos praticar a democracia, o poder troca logo, só esperar três anos, ganha a eleição e volta“.

Logo após essas declarações o ministro da Economia asseverou que estava “falando em off”, isto é, nos bastidores, sendo então informado de que a entrevista era transmitida ao vivo. Um tanto indignado, Guedes alertou para o papel da imprensa em momentos de intensa polarização, e de como os meios de comunicação poderiam ser irresponsáveis por dar tanta audiência aos discursos violentos e polarizados de Lula.

Ao final, um pouco mais calmo, Paulo Guedes declarou que um democrata liberal como ele jamais defenderia o AI-5, dando a entender que suas declarações anteriores foram irônicas.


Fonte:BBC BRASIL

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