No período de seis meses, de 1º de janeiro até 30 de junho, com 363 laudos de apreensão lavrados, o Batalhão de Polícia Ambiental da PM de Rondônia (BPM) apreendeu 2,51 milhões de metros cúbicos de toras; 356,4 mil m³ de madeira serrada; 363,2 mil m³ de lascas; e 78,1 mil metros estéreos de carvão. O pátio está cheio de caminhões de toras.
Metro estéreo é a medida de uma pilha de madeira com 1 metro de comprimento, um de largura e um de altura com espaços vazios entre as peças, ou seja, elas não se encaixam precisamente.
“Fizemos 20% mais do que no mesmo período do ano passado”, comentou nesta quinta-feira (20) o subcomandante do BPM, capitão Davi Machado Alencar, na sede da unidade, em Candeias do Jamari, a 18 quilômetros de Porto Velho.
A estatística do 1º semestre revela números expressivos: o BPM trabalhou em 550,29 mil hectares de áreas desmatadas, apreendendo 134 caminhões, a maioria deles devolvidos aos donos, em audiências judiciais.
No primeiro semestre, no rio Madeira, que banha a Capital rondoniense, oito balsas e 12 dragas foram retiradas de operação. O BPM apreendeu ainda 22,9 toneladas de pescado; 72 pássaros, 74 motosserras, 31 pedras preciosas, 3 ml m³ de areia, balanças, tratores, geradores, escavadeiras, bombas de sucção, mangueiras, entre outros.
A poluição sonora está sempre em pauta no dia a dia dessa unidade: nesse primeiro semestre, 446 instrumentos musicais e caixas de som foram apreendidos em Porto Velho e região, devido à perturbação do sossego, pelo funcionamento em volume não permitido.
Embora o trabalho de fiscalização florestal seja do Ibama, com o apoio da Polícia Federal, é o BPM quem faz vigorar a lei, por exemplo, em garimpos ilegais. “Nesses lugares, todo efetivo em campo é nosso e 100% das operações dão resultado”.
Em seis subunidades (Alta Floresta do Oeste, Guajará-Mirim, Jacy-Paraná, Ji-Paraná, Machadinho do Oeste e Vilhena) o BPM atua em diversas frentes.
Um dos grandes calos, senão o maior deles, na missão dos policiais do BPM, é o chamado DOF [Documento de Origem Florestal, eletrônico], com o qual madeireiros de má fé se valem de seus toreiros [motoristas que transportam madeira bruta] para burlar a fiscalização.
Ele explicou: “Esse documento tem validade para cinco dias, e nesse período o transportador usa e abusa para fazer outros carregamentos não autorizados, e assim, aumenta a estatística da atividade ilegal, com a ocorrência de saldo virtual, aquele declarado pelo madeireiro, quando não existe o produto”.
Por causa disso, por exemplo, em junho deste ano a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) bloqueou as atividades de quatro empresas nos municípios de Itapuã do Oeste, Buritis, e no distrito de Vista Alegre do Abunã, autuando-as pela comercialização “apenas de seus saldos virtuais”.
Elas fraudaram DOFs que somaram a liberação de 21 mil m³ de madeira, originando autos de infração de R$ 6,3 milhões.
Fonte:SECOM