Uma seca severa atinge três países: Somália, Etiópia e Quênia. A ONU busca recursos para poder atender mais gente.
O chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, disse nesta terça-feira (26) que cerca de 2 milhões de crianças correm o risco de morrer de fome na região do Chifre da África, que enfrenta uma das secas mais severas em décadas.
Em uma conferência de doadores a portas fechadas realizada em Genebra, ele disse que a organização tinha apenas uma fração do US$ 1,4 bilhão necessários para responder à seca no Quênia, Etiópia e Somália.
A dura verdade que devemos reconhecer hoje é que estamos em uma corrida contra o tempo novamente para evitar a perda de vidas em larga escala em 2022, e não temos recursos para fazê-lo", disse ele em declarações proferidas virtualmente.
Seca na região
Os meses de seca no Chifre da África devastaram plantações e gado e forçaram muitas pessoas a deixar suas casas.
De acordo com o Programa de Alimentos da ONU (PMA), o número de pessoas que passam fome devido à seca pode aumentar de 14 milhões (o número atual) para 20 milhões.
Na Somália, 6 milhões de pessoas, ou seja, quase 40% da população, enfrenta níveis extremos de insegurança alimentar e, se a situação não melhorar, "um risco muito real de fome nos próximos meses", destaca o PMA;
No Quênia, 500 mil pessoas se encaminham para uma crise alimentar, especialmente nas comunidades do norte que vivem da pecuária;
Na Etiópia, os índices de desnutrição no sul e sudeste superaram os níveis de emergência.
Conflitos, pobreza e praga de gafanhotos
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) destacou que algumas áreas afetadas pela seca no Chifre da África sofrem os efeitos acumulativos dos conflitos, da pobreza e da praga de gafanhotos.
"Devemos agir agora se quisermos evitar uma catástrofe humanitária", disse Chimimba David Phiri, representante da FAO na União Africana, em uma reunião informativa em Genebra.
A situação também é agravada pelo conflito na Ucrânia, que contribuiu para o aumento dos preços dos alimentos e do combustível e afetou as cadeias de abastecimento, segundo o PMA.
A agência afirma que a falta de fundos nesta região do mundo poderia levar a uma catástrofe e pede um financiamento de US$ 473 milhões nos próximos seis meses.
Em fevereiro, uma arrecadação antiga conseguiu menos de 4% dos fundos necessários, indicou.
A FAO carece de mais de 60% dos fundos necessários para ajudar as 1,5 milhão de pessoas que esta agência deseja apoiar nos três países.
fonte: G1
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