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Mendonça vota a favor do marco temporal para demarcação de terras indígenas; placar é de 2 a 2

Data de Publicação: 30 de agosto de 2023 19:17:00 Julgamento foi retomado nesta quarta no Supremo Tribunal Federal. Tese do marco temporal estabelece que só podem ser demarcadas terras ocupadas por indígenas no dia da promulgação da Constituição, em outubro de 1988.

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O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (30) a favor da aplicação do marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

Com o voto do ministro, que foi o primeiro a se manifestar na retomada do julgamento, o placar está 2 a 2.

O julgamento foi suspenso e deve ser retomado nesta quinta (31). O próximo a votar é o ministro Cristiano Zanin.

A tese do marco temporal estabelece que só pode haver demarcação de terra para comunidades indígenas que ocupavam a área no dia da promulgação da Constituição Federal: 5 de outubro de 1988.

É uma interpretação do artigo 231 da Constituição, que diz: "São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens."

Até agora, votaram a favor da tese do marco temporal:

André Mendonça

Nunes Marques

Votaram contra o marco temporal:

Edson Fachin

Alexandre de Moraes

Indígenas são contra o marco temporal. Afirmam que a posse histórica de uma terra não necessariamente está vinculada ao fato de um povo ter ocupado determinada região em 5 de outubro de 1988. Isso porque, dizem os indígenas, muitas comunidades são nômades e outras tantas foram retiradas de suas terras pela ditadura militar.

Para André Mendonça, é preciso ter um critério objetivo para determinar o marco das demarcações.

O ministro defendeu a necessidade de haver um marco objetivo para o tema.

"Não se pretende, com isso, negar os lamentáveis e aqui registrados acontecimentos históricos que desafortunadamente perpassaram de maneira efetiva as relações entre indígenas e não indígenas", justificou.

"Não se trata de negar as atrocidades cometidas, mas antes de compreender que o olhar do passado deve ter como perspectiva a possibilidade de uma reconstrução do presente e do futuro. Entendo eu que essa solução é encontrada a partir da leitura que faço do que foi o texto e a intenção do constituinte originário, de trazer uma força estabilizadora a partir da sua promulgação", completou.

O STF reservou 60 cadeiras no plenário para indígenas poderem acompanhar o julgamento.

Impacto do julgamento

 

O resultado do julgamento da Suprema Corte terá impactos tanto em processos judiciais em curso que tratam de disputas de terras nessas circunstâncias quanto no procedimento de demarcação de áreas pelo governo federal.

Ou seja, a decisão vai vincular a análise dos procedimentos semelhantes na Justiça e deve orientar a atuação do Poder Executivo na questão.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, já 226 processos suspensos nas instâncias inferiores do Judiciário, aguardando uma definição sobre o tema.

Por G1

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