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Enchentes atingem mais de 20 comunidades indígenas no Acre

Data de Publicação: 25 de fevereiro de 2024 20:59:00 Número pode ser maior, segundo coordenador de DSEI do Alto Rio Juruá. Acre decretou situação de emergência para 17 cidades neste domingo (25).

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Aldeia Apiwtxa em Marechal Thaumaturgo é uma das mais atingidas por enchente — Foto: Yara Piyãko/Arquivo pessoal

Aldeia Apiwtxa em Marechal Thaumaturgo é uma das mais atingidas por enchente — Foto: Yara Piyãko/Arquivo pessoal

Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre sofrem com os efeitos das enchentes de rios e igarapés que assolam o estado. O dado foi divulgado, neste domingo (25), pelo governo do estado, porém, pode ser maior, já que segundo o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Juruá (DSEI - ARJ), Isaac Piyãko, existem comunidades onde ainda não foi possível estabelecer contato.

"Sim, nós estamos com todas as aldeias [atingidas] praticamente. Alto Envira, FeijóJordão, e Marechal, Thaumaturgo são as mais atingidas no momento que a gente tem informação. Mas são muitas comunidades, são muitas aldeias. Então, eu acredito que deva ter muito mais pessoas já com essa situação", conta.

Indígenas estão buscando locais mais altos para se abrigar, segundo coordenador do DSEI — Foto: Bianca Piyãko/ Arquivo pessoal

Indígenas estão buscando locais mais altos para se abrigar, segundo coordenador do DSEI — Foto: Bianca Piyãko/ Arquivo pessoal

De acordo com o governo, 395 pessoas que vivem em comunidades indígenas foram atingidas até o momento. São membros de etnias como Jaminawa, Kaxarari, Huni Kui e Manchineri.

Em nota emitida no sábado (24), a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) alertou para o problema, ressaltando ainda o caso da Aldeia Apiwtxa, na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, como um dos mais críticos.

Governo anunciou criação de força-tarefa para auxiliar indígenas — Foto: Yara Piyãko/Arquivo pessoal

Governo anunciou criação de força-tarefa para auxiliar indígenas — Foto: Yara Piyãko/Arquivo pessoal

"A situação na região do Juruá é de extrema urgência, com comunidades indígenas enfrentando enchentes devastadoras devido a um período prolongado de chuvas intensas. Lideranças das comunidades Kuntanawa, Ashaninka e Noke Koi relatam o avanço preocupante das águas, ameaçando aldeias inteiras e colocando em risco a vida, a segurança e a subsistência de centenas de famílias", dizia a nota.

Em resposta ao pedido, o governo do Acre anunciou a criação de uma força-tarefa específica para atender as comunidades indígenas.

Um informe divulgado pela DSEI-ARJ aponta que no Polo Base da cidade de Jordão foram atingidas as aldeias Chico Kurumim, Bom Jesus, Nova União e o bairro Kaxinawá.

"Todos os indígenas não aldeados e aldeados que estavam na casa de parentes foram retirados de suas casas e realocados em escolas e creches", explica o relatório.

Já no Polo Base de Marechal Thaumaturgo as informações é que foram afetadas as aldeias Kuntanawa, Cachoeira, Apiwtxa e Jacobina.

"Eles estão saindo de suas casas e indo para locais mais altos, alguns fazendo acampamento. Nós articulamos com o exército de Marechal Thamaturgo, eles devem estar subindo hoje para lá para dar suporte. Porque nós não temos essa estrutura", explica o coordenador da DSEI.

 

Piyãko diz que a prioridade agora é conseguir ajuda para levar água e mantimentos para abastecer as aldeias atingidas.

Enchentes atingem todo o estado — Foto: Bianca Piyãko/Arquivo pessoal

Enchentes atingem todo o estado — Foto: Bianca Piyãko/Arquivo pessoal

 

ENCHENTES NO ACRE

 

O Governo do Acre decretou, neste domingo (25), situação de emergência para 17 municípios atingidos pelas enchentes causadas por rios e igarapés. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado.

O decreto abrange as cidades de Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá, Xapuri e a capital, Rio Branco. A medida tem duração de 180 dias.

Na mesma edição extra, as prefeituras de Brasileia, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Tarauacá declararam suas situações de emergência. Já o município de Jordão, onde 80% da zona urbana está alagada, foi decretado estado de calamidade pública.

As cidade de Assis Brasil e Brasiléia, no Alto Acre, somam mais de 3,2 mil moradores desabrigados e desalojados pela enchente. Em todo o estado mais de seis mil pessoas tiveram que deixar suas casas.

O município de Jordão, no Vale do Tarauacá/Envira, havia decretado situação emergência na sexta-feira (23) por conta da cheia do Rio Tarauacá, que já atinge mais de 5 mil pessoas.

hospital geral do município precisou ser evacuado após as águas do manancial chegarem na unidade de saúde. Pacientes e parte dos equipamentos foram levados para uma unidade montada provisoriamente no prédio da Secretaria de Assistência Social do município.

Fonte G1

 

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