De acordo com alergista e imunologista, criança sofreu uma reação alérgica mediada e de rápida progressão, conhecida como 'Anafilaxia', que pode provocar morte. Menina tem alergia à proteína do leite de vaca.
Jarra de leite. Leite no copo. — Foto: Wenderson Araujo/Trilux.
Na última semana, uma criança de 10 anos sofreu paradas cardíacas e foi internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Porto Velho, após sofrer uma reação alérgica à proteína do leite de vaca. Em crises alérgicas como essa, o sistema imunológico confunde o alimento com invasores e produz anticorpos contra ele.
Para entender melhor a condição, o Site conversou com uma alergista a imunologista pediátrica, Marília Rocha. Ela explica que a criança sofreu uma reação alérgica mediada e de rápida progressão, conhecida como "anafilaxia", que pode provocar morte.
Queila Shocknesss, mãe da criança, contou ainda que desde sexta-feira (23) sua filha se encontra internada em estado grave na UTI de um hospital particular da cidade.
Segundo a alergista Marília Rocha, a anafilaxia é quando o sistema imunológico tem contato com uma substância alérgeno (no caso da criança, a proteína do leite) e libera substâncias de forma exagerada, como a imunoglobulina E (IgE).
Essa resposta do organismo pode causar reações em um sistema específico do corpo ou em mais de um ao mesmo tempo. No caso ocorrido em Porto Velho, a menina estava roxeada e com a boca "preta", segundo a mãe.
Na alergia IgE mediada, o contato com a substância ou alimento pode causar, em minutos ou até em 2 horas, reações leves até a mais severas no corpo, como:
Marília Rocha explica que o atendimento de uma pessoa que está com sintomas de anafilaxia precisa ser imediato, isso porque, em alguns casos, as reações são tão graves que podem levar a morte. O tratamento é a aplicação intramuscular de adrenalina. Em casos de sintomas leves, remédios antialérgicos podem controlam a crise.
A alergia alimentar é quando há intolerância do organismo a alguma substância, como à proteína de leite de vaca. O sistema imunológico confunde o alimento que possui essa proteína com invasores e produz anticorpos contra ele.
De acordo com a imunologista pediátrica, essa alergia tende a diminuir com o passar do tempo e pode evoluir para tolerância. No entanto, é cada vez mais comum essa evolução ocorra de forma tardia.
"Antes, aos 3, 4 anos, a maioria das crianças já estava tolerando. Hoje em dia, nessa faixa etária, apenas metade consegue voltar a consumir essas substâncias. É cada vez mais comum isso só acontecer na adolescência, por exemplo", explica.
No caso da criança que se encontra em estado grave na UTI em Porto Velho, seu sistema imunológico não regrediu, ou seja, não tolera essas substâncias alérgicas.
De acordo Marília, a alergia alimentar pode se manifestar de diferentes formas e sintomas:
Em todos os casos, o recomendado é que os pais ou o próprio paciente procure ajuda médica para identificar o tipo de alergia e qual o tratamento recomendado.
Fonte G1