Morando em RO há um ano, jovem de 20 anos morre baleada ao visitar marido no garimpo em MT

Ainda abalados pela tragédia, a família de Flávia Melo de Miranda Soares, de 20 anos, tenta entender o que aconteceu com uma jovem assassinada em um garimpo ilegal na zona rural de Pontes e Lacerda (MT) na última segunda-feira, 23. "Não temos informações certas, falamos muita coisa. O que sabemos é que entrou atirando em todo o mundo, era uma briga por terra. Ela estava no lugar errado e na hora errada" , conto um familiar da vítima. O caso ocorreu na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. Quatro pessoas morreram e uma ferida. Inconsolados, os familiares precisaram correr contra o tempo para arrecadar recursos para a tradução do corpo do jovem, que chegou em Rio Branco, capital do Acre, na manhã desta quarta, 25. Fábio Tavares Siriano, de 33 anos, marido de Flávia, sobreviveu ao ataque e está hospitalizado. De acordo com a polícia, a chacina teria sido motivada após uma brigada dentro do garimpo, por área de exploração. Uma das linhas de investigação da polícia é que os envolvidos têm ligação com organizações criminosas.

FAMÍLIA NÃO CONHECIA MARIDO DA JOVEM

Segundo uma irmã de Flávia, ela se mudou do Acre para Porto Velho há cerca de um ano. Há oito meses, após conhecer o marido, um jovem ficou entre a cidade de Pontes e Lacerda e a capital rondoniense, enquanto Fábio trabalhava no garimpo. O crime ocorreu em uma destas visitas. Durante o ataque, o jovem foi atingido com um tiro no pé e sangrou bastante até chegar ao hospital. "Ele [Fábio] trabalhou lá [no garimpo]. Sei que ele está vivo, passou por cirurgia e queremos saber mais informações. A gente não perguntava muito sobre esse marido dela, não sabemos muito o que faz", complementou. A família contou também que Flávia trabalhava vendendo semijoias e, antes de ir para o garimpo, avisou ao pai, que mora em Rio Branco. "Todo dia ela ligava e falava com a gente.

Há um mês estivemos em Porto Velho, nos encontramos. Ela avisou para o meu pai que ia ver ele [Fábio], mas era normal. Ela ficou de um a dois dias e depois voltou [para Porto Velho]", contorno. Flávia e o marido foram socorridos por moradores próximos da região e levados de caminhonete para o Hospital Santa Casa de Pontes e Lacerda. O jovem já chegou sem vida e Fábio em estado grave. As equipes médicas acionaram a polícia. Em Rio Branco, a família da jovem começou a receber ligações avisando sobre o que tinha acontecido. "Falaram que tinham matado ela, mas não pensaram, entraram na internet buscando informações. Só entenderam quando o pessoal do IML enviou a foto da identidade dela.

Ela perdeu muito sangue, do local onde estava para o hospital dá quase três horas de viagem " , acrescentou. O corpo de Flávia foi traslado para Rio Branco em um voo particular de uma funerária. A família conseguiu arrecadar R$ 20 mil para os procedimentos. O velório e enterro serão no Cemitério Morada da Paz. CHACINA De acordo com o delegado João Paulo Berté, a chacina teria sido motivada após uma briga dentro do garimpo, por área de exploração. Uma das linhas de investigação da polícia é que os envolvidos têm ligação com organização criminosa. A Polícia Civil informa que uma equipe de investigação foi ao Garimpo do Sararé para apuração dos fatos e localização de outras possíveis vítimas.

Fonte: G1/MT